Boa tarde pessoal!!
Eis a descrição do "BOI DE MAMÃO", tal como é conhecido aqui em Florianópolis:
O Mateus - figura principal que representa o vaqueiro - entra em cena, a um sinal de apito, trazendo oboi, enquanto o solista e o coro, em resposta começam:
Vaqueiro, traz o boi
Não me queira demorá.
Vem cá meu boi, vem cá.
Quero ver Mateus dançando,
Pra fazer o boi dançá,
Vem cá meu boi, vem cá.
Quero ver boi de mamão,
Vir dançá, rentinho ao chão,
Vem cá meu boi, vem cá.
Atravessa no caminho,
E não deixa ninguém passá.
Vem cá meu boi, vem cá.
Atravessa numa lagoa,
Onde nunca ninguém passo.
Vem cá meu boi, vem cá.
Sete corrente que tinha,
todas sete arrebentô.
Vem cá meu boi, vem cá.
Dá uma volta em roda,
De todo este salão.
Vem cá, meu boi, vem cá.
O boi, manejado por um hábil dançarino pula, volteia e saracoteia até que o Mateus, que lhe acompanha os movimentos dá sinais de cansaço. Em dado momento, com um espeto de pau, o Mateus cutuca o boi e a dança pára. A cena que se segue é quase solene.
Cessa o canto; só uns murmúrios e risos da assistência anuncia a entrada de uma figura bizarra, toda de negro, representando o pássaro dos mortos. O urubú entra no círculo, pouco a pouco se adiantando a fim de bicar o boi caído. É, no entanto, impedido pelo curandeiro ou doutor que acorrerá ao chamado do Mateus, para benzer o boi. Segue-se uma rápida encenação e o urubú some aos pulos. O benzedor, coberto de folhas e pequenos arbustos, com um galho de alecrim na mão, fazendo gestos característicos pronuncia a seguinte quadra:
Eu benzo o meu boi,
Com um galho de alecrim,
Senhor dono da casa,
Não se esqueça de mim!
Nessa ocasião, como é tradicional na ilha, o Mateus sai a recolher algum dinheiro que as pessoas presentes oferecem.
Já o boi estava em cena, com suas reviravoltas, enquanto o alarde da assistência acompanha a quadra:
Alevanta boi doirado,
Alevanta de vagar.
Já te disse uma vez,
Não te torno a mandar.
Te apronta e vai embora,
Que tua dança tá na hora.
O canto cessa, mas não o será por muito. Novos versos e novas melodias, rompem os ares. Entra em cena o cavalinho. E o coro não se faz esperar:
O meu cavalinho,
Ele já chegou.
O dono da casa
Não cumprimento. Coro - bis
O meu cavalinho,
Com laço de fita,
O ginete dele
É moça bonita. Coro - bis
O meu cavalinho,
Cavalo picasso,
O ginete dele
É o que traz no laço.
O meu cavalinho
Vem que tem que vir
Que a viagem é longa
Temos que seguir. Coro – bis
Eis que, em dado momento, o ginete laça o boi por um dos cornos, para tirá-lo do círculo, aos som dos versos finais:
O meu cavalinho
Não tem mais demora,
Dá a meia-volta
Laça e vai embora!
Sai o cavalinho. Uma ligeira pausa e um novo estrilo de apito. Outro "bicho" todo enfeitado entra em cena. É a cabrinha; versos alegres e ligeiros assinalam-lhe a chegada:
Oi que bicho que vem,
Ei cabra, ei cabra!
É a cabrinha e vem pulando,
Ei cabra, ei cabra!
Quero ver minha cabrinha,
Ei cabra, ei cabra!
Vir dança rentinho ao chão,
Ei cabra, ei cabra!
O vaqueiro da cabrinha
Ei cabra, ei cabra!
Dá uma volta bem feitinha,
Ei cabra, ei cabra!
A cabrinha dá um berro,
Ei cabra, ei cabra!
Que assusta o vaqueiro,
Ei cabra, ei cabra!
Ei cabrinha tá na hora,
Ei cabra, ei cabra!
Dá um pulo e vai embora,
Ei cabra, ei cabra!
O "bicho" sai aos pinotes, com algazarra dos cantores. A festa chega ao ponto culminante; a cena de maior
“Olha o bicho que come gente... come gente...”
A bernunça, disforme e extraordinariamente grotesca, animada por dois dos mais hábeis dançarinos, entra em cena. Já o coro começa:
Bernunça, minha bernunça
Bernunça do coração
A bernunça dança bem
Quando chega no salão. Coro - bis
Olé, olé, olé, olé, olá
Arreda do caminho
Que a bernunça quer passá!
A bernuça é bicho brabo,
engoliu mané João.
Come pão come bolacha,
Come tudo que eles dão.
Olé, olé, olé, olé, olá
Arreda do caminho
Que a bernunça quer passá!
A bernunça vem chegando,
Espalhando toda a gente.
É o bicho que alvoraça,
Quando chega de repente. Coro - bis
Olé, olé, olé, olé, olá
Arreda do caminho
Que a bernunça quer passá!
A bernunça tá dançando,
Ouve que diz um colega
De noite não vá pra rua,
Que a bernunça pega. Coro – bis
Aquele monstro de pano e massa dança e saracoteia, espalhando gente, causando correrias, risos e gritos e escorregando, de quando em vez, um garoto pela goela enorme. (A criança entra facilmente pela boca descomunal e sai por baixo da armação de pano).
Quando depois de dançar por alguns minutos, os vaqueiros carregam a grotesca carcaça para fora do círculo, já quase todos fazem coro:
Olé, olé, olé, olé, olá
Arreda do caminho
Que a bernunça quer passá!
A representação está finda!... Pouco a pouco, os cantores e dançarinos, retiram-se, carregando seus instrumentos e as burlescas armações, cantando:
Vamos embora, minha gente,
Bananeira, chorá, chorá.
Para lugar diferente,
Bananeira, chorá, chorá.
O dia vem raiando,
Bananeira, chorá, chorá,
ou então:
Cai, cai,
Na boca da noite o sereno cai"
Estou postando a foto da Bernunça feita de pano por mim.Espero que voces gostem dessa brincadeira, muito divertida e venham conhecer pessoalmente, pois é muito legal mesmo rsrsrsrs
Abraços a todos
Márcia
Olá Menininha! Seus trabalhos são lindíssimos, mas Stella é realmente a boneca mais fofinha que vc já produziu!...rs...
ResponderExcluirParabéns e muito sucesso p/ vcs!
Bj gde
Wanessa (http://murikinhas.blogspot.com)
Parabéns amiga querida... que coisa linda!!!!
ResponderExcluirFazer essas peças e brincar com as crianças é muito legal....
Dá pra imaginar o rostinho delas.
Beijos.